Enquanto Maceió está em estado de calamidade pública, inclusive com a Defesa Civil recomendando que a população fique em casa por questões de segurança, a gestão regional dos Correios em Alagoas, em tom punitivo contra os que participaram do último movimento grevista, determinou que a categoria se apresente, neste sábado (27), nos setores de trabalho para compensar as horas de greve.

A medida é absurda, desumana e totalmente desnecessária, pois expõe toda a categoria a situação de perigo. Maceió se encontra debaixo d’água devido as fortes chuvas dos últimos dias, com centenas de ruas alagadas ou interditadas pela lama.

Neste momento a cidade está de luto em razão de já termos vítimas mortas e centenas de desabrigados devido as enchentes, aos deslizamentos de encontas e desabamentos de construções. Além disso, rios e córregos estão transbordando e impedindo o deslocamento da população pela cidade. Com isso, vários ecetistas estão ilhados sem poder chegar na ECT, a exemplo do CDD Farol que tem colega impedido de chegar ao setor devido ao transbordamento do riacho Silva, no bairro de Bebedouro.

Desde ontem (26) vem sendo anunciado pela imprensa que a previsão para hoje é de chuvas torrenciais em toda a grande Maceió. Devido a esta situação calamitosa, temos companheiros extremamente preocupados com a segurança de suas casas e de suas famílias, com parentes vivendo em áreas de risco temendo mais uma tragédia. 

Entretanto, pasmem! A ECT numa medida retaliativa contra os trabalhadores convocou-os sem qualquer sentimento de solidariedade e sem respeitar as orientações das autoridades públicas para que as pessoas evitem transitar pela cidade neste momento de calamidade. 

Os Correios não querem nem saber e obrigam nossos colegas a sair de seus lares para cumprir uma determinação inoportuna de comparecimento ao local de trabalho em punição pela última greve nos meses de abril e maio deste ano.

O Sintect-AL repudia com todas as suas forças esta decisão desumana e irresponsável da gestão regional dos Correios em Alagoas. E, desde já, responsabiliza o autor da medida esdrúxula para qualquer acidente ou constrangimento que nossos companheiros venham sofrer em razão deste ato inconsequente e desproporcional contra os trabalhadores.