23/08/2017
Crédito: Fentect
Representantes da categoria e da ECT se reuniram na manhã desta terça-feira (22) no Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília, para discutir sobre o assistência médica nos Correios. Em meio a discussão, o ministro Emmanoel Pereira propôs a prorrogação, até o dia 31 de dezembro de 2017, do Acordo Coletivo de Trabalho vigente. Segundo o ministro, uma vez aceita a proposta, se negociará exclusivamente a assistência médica e os demais pontos da Proposta Nacional de Negociação somente no final da prorrogação. Isso significa que a categoria ficará sem a garantia de reajustes retroativos e sem a possibilidade de exercer o direito de greve durante esse prazo.
A FENTECT, visando à organização, deve seguir o calendário aprovado pelos sindicatos filiados. Além disso, qualquer alteração deve ter o aval dos trabalhadores. A Federação também entende a importância das partes zelarem pelo processo negocial entre trabalhadores e a empresa. O secretário geral ponderou, ainda, que a possibilidade de deflagração de greve pelos trabalhadores não pode ser cerceada por um acordo da Federação.
Estrategicamente, a proposta do ministro coibiria a categoria da possível greve já com data marcada para o mês de setembro, incluindo ainda paralisações regionais, que são prerrogativas dos sindicatos. Além disso, começar as negociações do acordo após a reforma trabalhista entrar em vigor traria ainda mais riscos aos trabalhadores.
Na reunião, os representantes ligados à FENTECT ressaltaram a importância do Tribunal Superior do Trabalho requerer da empresa transparência nos dados contábeis, pois os trabalhadores, por meio de estudos, protestam sobre o déficit financeiro alegado pelos Correios.
“O presidente dos Correios diz apenas que tínhamos benefícios por conta do monopólio, que ainda representa 50% na empresa. Parece que os próprios dirigentes não acreditam no trabalho que fazem. Guilherme Campos diz que não defende a privatização, mas, na prática, entrega a empresa à iniciativa privada”, enfatizou o secretário geral.
Adiamento das negociações
Os representantes da empresa que permaneceram até o fim da mediação anunciaram o cancelamento da primeira reunião de negociação com o Comando da FENTECT, que seria ainda nesta tarde, a partir das 15 horas.
A Fentect repudia a decisão da ECT de cancelamento, até mesmo porque os representantes dos sindicatos já se encontram aguardando o início da negociação coletiva.
Por isso, é preciso ainda mais atenção e mobilização contra os ataques. Ficou claro, no caso da proposta do TST, que não haverá garantias de reajustes retroativos, ou que a categoria fique isenta de mensalidades no plano de saúde. A FENTECT lançará informe com as devidas orientações aos sindicatos filiados, para que as bases, ativamente participativas, possam colaborar com a luta para que os direitos dos trabalhadores fiquem e que saia Guilherme Campos e a má gestão dos Correios.
Fonte:
(Texto adaptado)
Confira abaixo o Informe nº 38 da Fentect que trata sobre o assunto: