14/11/2013
Por: * Flávio Show
Em
uma pesquisa num setor de trabalho onde há trinta e cinco pessoas, cinco delas
trabalhavam todos os dias dez minutos de seu tempo de intervalo quando deveriam
estar descansando. Detalhe: o tempo extra trabalhado não era pago pela empresa.
Quando se vai para o papel, percebe-se que após um mês trabalhando dez minutos
a mais, de segunda a sexta-feira, os cinco indivíduos haviam trabalhado mil
minutos e quando somados os doze meses, a quantidade chegou a doze mil minutos.
Diante
disso, sabendo que cada hora extra paga aos empregados desse setor girava em torno
de R$ 10,00 e que doze mil minutos equivalem a duzentas horas, chegamos aos
incríveis R$ 2.000,00 que deixaram de ser pagos. Vamos levar também em
consideração que duzentas horas equivalem a vinte e cinco dias de trabalho
neste setor.
Com
isso, se em cada um dos oito setores da empresa cinco empregados trabalham dez
minutos a mais no intervalo, a quantidade de pessoas trabalhando e não
recebendo pelos minutos a mais são de quarenta empregados. Seguindo o mesmo
raciocínio de cálculos com os quarentas trabalhadores, teremos cerca de noventa
e seis mil minutos, que quando transformados em horas extras chegariam a quase
R$ 16.000,00 ou duzentos dias de trabalho.
Veja
bem: analise os “insignificantes" dez minutos somados e perceba que eles dariam
para pagar um empregado por um período superior a um ano e dois meses. Moral da história: a cada ano a empresa
deixa de contratar um novo empregado e não gera um posto de trabalho por causa
dos dez minutos que, de repente, você pode estar “doando” ao seu patrão. No
final, dez minutos de trabalho gratuitos passam a ser dez minutos a menos em
práticas de lazer, numa boa conversa com a família ou amigos, estudando ou até
mesmo namorando. Pense nisso, vale a pena viver esses dez minutos sempre
procurando ser feliz em vez de ficar no martírio do trabalho, ainda mais se esse
trabalho for de graça.
* é carteiro e liderança sindical do
Sintect-AL