Centenas de moradores do Dique Estrada, bairro periférico de Maceió, passaram todo o dia de hoje (19) em frente ao CDD Mundaú na esperança de resgatar suas correspondências. Sob o sol escaldante e o cansaço da longa espera, homens, mulheres e crianças acompanhadas dos pais chamaram a atenção da imprensa e de populares que passavam em frente a unidade de distribuição dos Correios.

A situação de penúria se deve ao fato da diretoria regional ter suspendido a entrega permanente de correspondências em determinados pontos periféricos de Maceió (áreas de risco) devido à falta de segurança para os carteiros. Até o ano passado a entrega se dava de forma parcial, já que a distribuição era realizada coletivamente aos sábados pelos carteiros. Entretanto, sem qualquer satisfação para os moradores da região, os Correios suspenderam definitivamente a distribuição nesses locais, negando aos moradores o direito de receber suas correspondências em casa.

Para a empresa, suspender os serviços em “áreas de risco” é mais prático e lucrativo - já que ao impedir a entrega, ela deixa de pagar horas-extras e não tem que investir em segurança para os profissionais envolvidos com a distribuição.

O Sintect-AL se solidariza com os moradores do Dique Estrada, defende o direito universal de acesso a informação e, por conseguinte, o direito que cada cidadão tem de receber suas correspondências em casa. Entende também que os Correios tem a obrigação constitucional, enquanto empresa pública, de garantir esse direito e assegurar plenas condições de segurança aos carteiros e demais profissionais para que executem sem qualquer risco suas atribuições profissionais.

Diante do lastimável descaso da ECT com a população mais pobre de Maceió, fica a dica para a diretoria regional, em especial, seu diretor adjunto, Roberto Mota, para que em vez de perder tempo numa reunião da CIPA tentando desqualificar o último movimento grevista e de luta dos ecetistas, que ocupe seu dia para justificar seu salário queimando os neurônios para encontrar uma solução que atenda esses cidadãos excluídos pelos Correios de Alagoas; e que aproveite a oportunidade para resolver a falta de segurança nas atividades dos carteiros e atendentes comerciais. Caso contrário, os usuários do serviço postal continuarão ao relento, a sol e chuva, sendo massacrados por uma administração equivocada dessa diretoria regional.